Dr. Evandro | Cirurgia do Aparelho Digestivo e Cirurgia Geral em Curitiba-PR

O que é a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)?

É uma doença caracterizada pelo retorno anormal do ácido do estômago para o esôfago. Esse retorno anormal é chamado de refluxo e significa que parte do conteúdo do estômago está refluindo para o esôfago.

Esse refluxo causa uma irritação na parede interna do esôfago (mucosa) e pode gerar lesões e causar diversos sintomas. As alterações acontecem ao longo do tempo. Por esse motivo, a DRGE é considerada uma doença crônica, apesar de ter episódios com sintomas mais agudos.

Quais são os sintomas do refluxo?

Os sintomas são bastante variados. Os mais comuns são os seguintes.

Azia.
Pirose.
Doença do refluxo.

Azia: Sensação de queimação ou ardor no peito. Essa sensação geralmente fica mais na linha do esterno (osso no meio do tórax) e pode ir até a garganta. Medicamente a azia é chamada de pirose.

Regurgitação: Sensação de subida de um líquido amargo ou azedo do estômago para a boca. Muitas pessoas identificam esse sintoma como sendo o próprio refluxo acontecendo.

Sensação de bola na garganta: Esse sintoma é chamado de globus e muitas vezes indica a presença de uma DRGE avançada.

Dor no peito: Os casos de dor no peito precisam ser avaliados também por um cardiologista para descartar a possibilidade de doenças cardíacas.

Dificuldade para engolir: A irritação do esôfago causada pelo refluxo de ácido do estômago pode ocasionar a disfagia. Geralmente é uma complicação que indica estágios mais avançados da DRGE.

Tosse: Muitas pessoas com Doença do Refluxo Gastroesofágico apresentam tosse, que pode até ser crônica. A tosse acontece pela irritação da garganta causada pelo refluxo de ácido do estômago.

O que causa a Doença do Refluxo?

Existe uma faixa muscular ao redor da parte final do esôfago na região em que ele se conecta com o estômago. Essa faixa de músculo é chamada de esfíncter esofágico inferior e funciona como uma válvula. Quando engolimos os alimentos e os líquidos, essa válvula relaxa para que eles possam passar do estômago para o esôfago. E na sequência, fecha novamente para impedir o refluxo e o retorno dos alimentos para o esôfago.

No entanto, essa válvula pode ficar relaxada de maneira anormal, ou enfraquecida como consequência de algum outro problema. Quando isso acontece, o conteúdo gástrico reflui para o esôfago e causa o refluxo gastroesofágico.

As condições que geralmente causam o refluxo são:

Alimentação: Vários alimentos provocam o relaxamento anormal do esfíncter esofágico inferior, fazendo com que ocorra refluxo de ácido para o esôfago. É o caso do café, chocolate, chá mate e chimarrão, refrigerantes e energéticos. Também fazem parte dessa lista os alimentos gordurosos e as frituras.

Alimentos que causam refluxo.
Chocolate.
Café.
Refrigerante.
Frituras.
Gorduras.

Tabagismo.

Bebidas alcoólicas.

Obesidade: O excesso de peso aumenta a pressão dentro da cavidade abdominal, contribuindo para o refluxo do conteúdo do estômago para dentro do esôfago.

Pessoa obesa.
Acima do peso.
Azia.

Gravidez.

Outras doenças: A DRGE também pode ser consequência de outras doenças como o diabetes, a esclerodermia, dentre outras.

Quais as consequências da Doença do Refluxo Gastroesofágico?

Caso não seja tratado, o refluxo pode trazer complicações graves.

1. Esofagite: É a inflamação do esôfago como consequência à exposição constante ao ácido.

2. Esôfago de Barrett: As células da parede interna do esôfago mudam a sua conformidade e o seu padrão para que o esôfago possa suportar a carga de ácido. Essa alteração no padrão celular também é chamada de metaplasia intestinal e é uma condição pré-maligna.

3. Úlcera esofágica: Lesão profunda que ocorre na parede interna do esôfago, também como consequência da exposição ao ácido. Essas lesões podem trazer complicações adicionais como sangramento, perfuração e até infecção.

4. Estenose esofágica: A exposição contínua ao ácido pode gerar cicatrizes no esôfago que ocasionam um estreitamento. Esse estreitamento pode causar dificuldades para a passagem dos alimentos e líquidos.

Quais são os exames para a Doença do Refluxo?

1. Endoscopia Digestiva Alta: A endoscopia é um exame que permite avaliar visualmente o esôfago e o estômago. Para realizar o exame é introduzida uma câmera flexível. Com a endoscopia é possível verificar o achados da doença do refluxo como esofagite, úlceras, erosões, etc. Dependendo do que for encontrado, é possível já estabelecer o diagnóstico de DRGE.

2. Phmetria esofágica: Esse exame mede o nível de acidez no esôfago e é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico de doença do refluxo.

3. Manometria esofágica: Esse exame avalia a movimentação e o funcionamento do esôfago. Também consegue avaliar a força de contração e a capacidade de funcionamento do esfíncter esofágico inferior.

4. Impedanciophmetria: Combina a avaliação do nível de acidez da phmetria com o refluxo de secreção não ácidas como a bile, por exemplo. Está indicado em situações bem específicas.

Como é feito o tratamento para DRGE?

O tratamento envolve cuidados com a alimentação e estilo de vida, medicamentos, e em alguns casos, cirurgia.

Quais são os cuidados com minha alimentação e com o dia a dia?

Cuidados com a alimentação: É importante evitar ou pelo menos diminuir o consumo de alimentos que funcionem como gatilho para o refluxo. Alguns exemplos são os alimentos gordurosos ou fritos, alimentos e bebidas à base de cafeína, bebidas alcoólicas e chocolate. Outros alimentos fortemente associados com o refluxo também são o alho, cebola, hortelã e laticínios.

Não exagerar ao se alimentar: Evitar refeições muito volumosas e dar preferência para mais refeições com menor quantidade de comida por vez também contribuem muito para melhorar os sintomas do refluxo.

Não deitar logo após se alimentar: Esperar pelo menos 2 horas entre a última refeição e ir deitar.

Evitar roupas apertadas: Roupas que comprimem muito firmemente a cintura abdominal aumentam a pressão na cavidade do abdome e podem contribuir para o refluxo.

Não fumar: Cessar o tabagismo também é uma ação muito efetiva para controlar o refluxo. Sem mencionar que parar de fumar é algo extremamente importante para a saúde de uma forma geral.

Manter o peso saudável: Assim como o excesso de peso é uma causa de doença do refluxo gastroesofágico, manter o peso dentro de uma faixa saudável melhora muito os sintomas da doença. Reduzir o excesso de peso é uma das medidas mais importantes para quem está acima do esperado. Essa parte do tratamento deve ser conduzida por uma equipe multiprofissional envolvendo Médicos especialistas, Nutricionistas e profissionais da área de educação física.

Elevar a cabeceira da cama: Essa medida pode ajudar a aliviar os sintomas de refluxo, principalmente para quem apresenta um quadro mais intenso da doença.

Medicamentos ou Cirurgia?

Geralmente a doença do refluxo responde muito bem ao tratamento com medicações. Essa parte do tratamento é realizada combinando medicações com diversos mecanismos de ação pertencentes a grupos farmacológicos diversos.

Mas então, quando está indicado realizar cirurgia para a doença do refluxo?

A cirurgia pode ser necessária para corrigir algumas situações como por exemplo:

– Recorrência dos sintomas.

– Necessidade de medicações cada vez mais fortes para tratamento do refluxo.

– Complicações consideradas graves da doença do refluxo.

– Risco aumentado para câncer de esôfago.

– Hérnia de hiato moderada/grande ocasionando o refluxo.

Com qual médico devo consultar?

Se você já possui um diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico, ou se você apresenta sintomas compatíveis, o melhor que pode fazer é buscar uma avaliação com um médico especialista em aparelho digestivo.

É o caso do Gastroenterologista, que é o especialista clínico, ou o Cirurgião do Aparelho Digestivo, que é o especialista em cirurgia.

O Dr. Evandro é especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo e possui experiência com doença do refluxo gastroesofágico.